Patrimônio Histórico das Cidades
A vida de uma cidade é um acontecimento contínuo que vai se manifestando ao longo do tempo por construções, traçados e obras matérias que lhe conferem sua personalidade própria e dos quais emana pouco a pouco sua alma. Os valores arquitetônicos, portanto devem ser guardados, pois são testemunhos preciosos do passado e devem ser respeitados, pelo seu valor histórico ou sentimental e ainda porque alguns trazem uma virtude plástica na qual se incorporou o mais alto grau de intensidade do gênio humano.
Esses edifícios isolados ou conjuntos urbanos de valor histórico serão todos salvaguardados se exprimirem uma cultura anterior e se corresponderem a um interesse geral. Eles fazem parte do patrimônio humano, e aqueles que os detêm ou são encarregados de protegê-los, tem a responsabilidade e a obrigação de fazer tudo o que é lícito para deixar a obra intacta para que possa ser transmitida essa herança para os séculos futuros.
As obras dos homens, assim como qualquer ser vivo também não escapam da morte. É necessário saber reconhecer e discriminar nos testemunhos do passado aquelas obras que ainda estão bem vivas.
Nem tudo que é passado tem direito à perenidade, deve-se escolher com sabedoria o que deve ser respeitado. Agora se os interesses da cidade estiverem sendo lesados pela persistência de algumas presenças majestosas, de veneração e insignes, de uma era já encerrada, deverá procurar-se uma solução que possa conciliar dois pontos de vista opostos:
- no caso de construções repetidas em numerosos exemplares, algumas serão preservadas a titulo de documentário e as outras serão demolidas;
- poderá ser isolada a única parte do edifício ou obra que constitua uma lembrança ou um valor real, e o resto será modificado de maneira útil.
De todo o caso, poderá ser mantidas as construções em que sua conservação não acarrete sacrifício de populações que vivem em condições insalubres, pois um culto ao passado não pode desconhecer as regras