Patrimonio cultural
OURO PRETO
PALMAS/2011
1.
REFERENCIAL TEÓRICO
Para entendermos a atual configuração da questão do patrimônio cultural devemos antes examinar a história de seu surgimento. Nos primórdios da preservação de monumentos encontram-se iniciativas isoladas que partiam ou da Igreja ou da aristocracia em favor de seus bens. Conforme Fonseca (1997, p. 54-57), esse processo se fundamentou a partir do Renascimento, garantiu seu estatuto ideológico com a idéia de nação e assegurou sua preservação com o Estado nacional. No século XV houve, no trato das antiguidades grecoromanas, o encontro de três perspectivas: a histórica, a artística e a de conservação. A partir de então surge o interesse de humanistas, com uma abordagem letrada, e dos artífices, com a abordagem artística. O sintomático surgimento, em toda a Europa, de antiquários trazia consigo um caráter universalista. Na Inglaterra manteve-se essa atividade até o início do sec. XX e na França tiveram o declínio a partir do séc. XVIII, com o Estado assumindo e centralizando a preservação. Na revolução Francesa a Igreja e aristocracia têm seus bens confiscados e a gestão e proteção desses bens torna-se, a princípio um problema para os revolucionários. No entanto, a partir de uma ressignificação dos bens, convencionou-se sua posse coletiva como parte do exercício de cidadania, inspirando o uso do termo patrimônio para designar o conjunto desses bens. Nesse momento o valor nacional dos bens era o principal, seguido em ordem de importância pelos valores históricos, econômico e por fim artísticos. ―A preservação como atividade sistemática só se tornou possível, portanto, porque ao interesse cultural se acrescentaram um interesse político e uma justificativa ideológica.‖ (FONSECA, 1997, p. 60). Esses conceitos vigoraram até o século XIX, porém, com a Revolução Industrial e o