Ginásio do padre: o ensino para poucos. leitura histórica de valença nos degraus da educação

GINÁSIO DO PADRE: O ENSINO PARA POUCOS.
LEITURA HISTÓRICA DE VALENÇA NOS DEGRAUS DA EDUCAÇÃO[1] KÁSSIO FERNANDO DA SILVA GOMES * O presente trabalho corroborado com outros de igual teor, tem como finalidade despretensiosa, abrir mais algumas lacunas contextuais sobre a História da Educação no Piauí, tão resumidamente destacada em obras gerais que tratam do processo de formação educacional do Brasil. Ferro (1996, p.26) citado na obra “A escola do sertão: ensino e sociedade no Piauí, 1850-1889” de Alcebíades Costa Filho (2006), afirmou:

Se a área de estudos sobre a história da educação no Brasil ainda é considerada incipiente, no caso do Piauí, esta desinformação é muito mais acentuada. Há carência de publicações específicas sobre o assunto. Esta lacuna é sentida em cursos de formação de professores e alunos, e impõe-se a necessidade e urgência de resgatar esta história.

Ainda que o elemento prioritário de nosso estudo seja o sistema oficial de ensino na cidade de Valença do Piauí, impõe-se destacar as formas alternativas de ensino, como elementos da história oral, importantes nas entrelinhas do texto para o conhecimento das formas de ensino-aprendizagem no interior do sertão piauiense; valendo-se para isto de uma lupa historiográfica capaz de transformar a investigação em material didático-referencial para estudos posteriores e mais aprofundados acerca do tema. Sob as lentes da história[2] procuramos no decorrer do texto apresentar ao leitor a oscilação destas sobre o espaço territorial da Grande Valença em movimentos horizontal e vertical, estratégia sugerida por Maria Lúcia Hilsdorf que “não deixa de se assemelhar aos conselhos de Jacques Revel quando propõe o jogo de escalas como forma de acercamento ao real” (VIDAL; FILHO, 2005, p. 1). Alarga o espectro da análise a visibilidade que o texto procura dar à assincronia do discurso educacional e sua