Patologia
ESTRUTURAS DE MADEIRA*
Helena Cruz
Núcleo de Estruturas de Madeira, Laboratório Nacional de Engenharia Civil
Avenida do Brasil, 101. 1700-066 Lisboa helenacruz@lnec.pt 1. FACTORES DE DEGRADAÇÃO DA MADEIRA
O tempo por si só (idade), não produz depreciação das características da madeira. Embora seja comum encontrar peças de madeira em serviço com maior ou menor grau de deterioração, são igualmente conhecidos numerosos exemplos de estruturas ou artefactos de madeira em bom estado, apesar de contarem várias centenas ou mesmo milhares de anos, em consequência de uma exposição a condições ambientais particulares que não favoreceram a sua deterioração.
Com efeito, a degradação de elementos de madeira surge como resultado da acção de agentes físicos, químicos, mecânicos ou biológicos aos quais este material é sujeito ao longo da sua vida. Os agentes atmosféricos (sobretudo a conjugação da luz solar e da chuva) provocam alterações de cor e textura, que se traduzem na tonalidade acinzentada da madeira “velha”.
Estas alterações, que consistem numa decomposição química dos compostos da madeira por acção da radiação ultra-violeta, eventualmente alternada por deslavagem da camada degradada por efeito da chuva, correspondem no entanto a uma deterioração meramente superficial, sem outras consequências além das estéticas.
Uma habitual fonte de problemas para a madeira reside no contacto com a água ou humidade ambiente elevada. Importa no entanto reter que a humidade, por si só, não degrada a madeira mas potencia o risco de degradação deste material por determinados agentes biológicos, no sentido em que estes só atacam a madeira quando o seu teor em água atinge determinados valores. Especificamente, quando a madeira permanece em condições de humidade elevada por períodos longos, pode ser atacada por fungos ou por térmitas subterrâneas que dela se alimentam. ______________________________________________________
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