Patagonia sem represas
Santiago, Chile – Uma sequencia de manifestações que começaram no dia 21 de abril estão tomando as ruas de Santiago e colocando o tema ambiental como pauta diária de discussão do governo chileno, o motivo é a construção do megaprojeto Hidroaysen, que visa instalar cinco represas na Patagônia Chilena e uma linha de transmissão com 2.254 km de extensão, que cruzaria o país até a capital Santiago. Em todas as regiões chilenas há manifestações que chegam a reunir até 40 mil pessoas diárias. Os episódios vem sendo marcado por intensa repressão policial e prisão de manifestantes que protestam pacificamente. O tema ganhou repercussão internacional depois da matéria do New York Times "Mantenham selvagem a Patagônia chilena", no dia 24 de maio, e reascendeu a discussão sobre a real necessidade da implantação de hidrelétrica em um país que tem capacidade para ser um dos lideres mundiais em geração de energia alternativa.
O movimento “Patagonia Sem Represas” existe desde 2007 e reúne atualmente mais de 70 organizações chilenas e internacionais. A Diretora da ONG Chile Sustentável , Sara Larrain, integrante da iniciativa, afirma que “no final do mandato do presidente Lagos, Hidroaysen foi proposto por primeira vez como uma alternativa à crise energética que existia no país, o que constituía uma campanha de desinformação brutal para os cidadãos”. O documento “’São necessárias represas na patagônia? – uma análise do futuro energético chileno”, elaborado em conjunto pelas organizações do movimento, demonstra que a mesma quantidade de energia que será gerada em Hidroaysen até 2025, prazo estipulado para a conclusão do projeto, poderia ser gerada através de meios alternativos com matrizes eólicas, solares e geotérmicas, inclusive com menor custo de produção. “O projeto de Hidroaysen que foi aprovado não foi legitimo e o novo presidente (Sebastian Piñeira) deveria primeiro consertar as