Pastoral urbana no mundo
Escrito por: Nélio Schneider
1. Introdução Quando a Bíblia fala da cidade via de regra usa conceitos de valor e revela uma postura em relação à mesma. Desde a crítica vinda do campo e da periferia (p. ex. Gn 11.1-7; Mt 23.33-38; Mt 11.20-24) e também de dentro da cidade (p. ex. Is 1.21-26) até a utopia da cidade de Deus (p. ex. Is 65.17-2; Ap 21.1-8), passando pela tentativa de salvar a cidade (p. ex. Gn 18.16-33; Lc 19.41-48), nenhuma dúvida subsiste a respeito do que o autor do texto pensa da cidade. Estes textos mexem com nossas emoções e preparam o nosso estado de espírito para nos "confrontarmos" com o urbano. Eles criam um clima de rejeição e compaixão, juízo e esperança, realidade nua e crua e utopia esperada. Eles nos ajudam a tomar posição em relação ao tema. Animam a denunciar e anunciar. Porém, ficam devendo a resposta quando perguntamos pelo "como", pelo modo de proceder dentro do urbano. Mas, quando se trata do envolvimento prático no mundo urbano, precisamos saber como ir além do sentimento e da emoção.
Voltemos nossa atenção para o processo que se deu quando o evangelho ingressou no mundo das grandes cidades gregas e romanas. Sabemos que, a certa altura, a mensagem do reino de Deus transpôs os limites interioranos da Palestina e se espalhou pelo mundo urbano antigo. Muitas pessoas estiveram por trás dessa irradiação da mensagem evangélica. De Antioquia na Síria até Roma na Itália, passando por Éfeso na Ásia Menor, Corinto na Grécia, Filipos e Tessalônica na Macedônia e Alexandria no Egito, o anúncio sobre Jesus Cristo foi acompanhando as grandes rotas comerciais da época, que interligavam os grandes centros urbanos por mar e por terra. Menos de vinte anos após a ressurreição de Cristo havia pequenas comunidades cristãs por todo o mundo urbano mediterrâneo e até além dele. O que chama a atenção não é o tempo nem a amplitude da divulgação. Vinte anos é um tempo razoável e o tamanho das comunidades em