pastoral urbano
Pastoral Urbana: Evangelho sem Redutos
W emer Fuchs e Cyzo Assis Lima*
1. Introduzindo o Assunto
O Grupo de Estudos sobre a Pastoral Urbana (GEPU) é fruto de um sincero desejo de traçar novos rumos para a ação evangelizadora, própria e de outros, na realidade urbana. Pastores, padres, irmãs de quatro igrejas encontraram-se nove vezes de outubro de 1994 a dezembro de 1995 para uma partilha de experiências e saber sociológico e teológico-pastoral. O GEPU tomou também a opção de priorizar a troca de experiências. A análise sociológica e a discussão teológicofilosófica não foram desconsideradas, mas ocuparam um espaço menor. Por isso a análise aparece pouco sistematizada. Ela se expressou ao longo dos relatos e nas contribuições de cada participante, dos quais registramos alguns fragmentos, bem como nas pistas para a ação que resultaram da reflexão conjunta.
2. Indagações
A partilha de experiências foi provocada pela seguinte série de questiona mentos por parte das pessoas que atuam como agentes de evangelização no meio urbano: — Chama-nos a atenção que nos centros urbanos crescem hoje, ao mesmo tempo, as igrejas pentecostais, outros grupos religiosos e os espaços democráticos populares. — A sociedade urbana não tem mais redutos religiosos, não existe mais espaço físico reservado.
— O universo religioso é cada vez mais um universo não-eclesiástico. As igrejas tradicionais não têm mais controle diante de “ produtores” religiosos mais ou menos autônomos, que caminham atrás dessa lógica de mercado. Nossas tradições religiosas dificilmente sabem trabalhar isso em termos teológicos.
— Os meios de comunicação social penetram em todos os espaços. Pessoas não têm mais grupo, identidade, nada. Elas só se interessam pelos meios de comunicação social. Nossa luta é organizar um grupinho (comunidade), que cria um ponto de referência (identidade).
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Estudos Teológicos, 36(2):155-164, 1996
Ficamos nas