Pastagens
Manejo da Cultura do Milheto
I - INTRODUÇÃO
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O milheto Pennisetum glaucum (L) é uma gramínea anual que tem tido nos últimos tempos um aumento da área plantada, sobretudo nas regiões de Cerrado, pelo enorme potencial de cobertura do solo oferecido para a prática do plantio direto, bem como para o uso como forrageiro na pecuária de corte ou de leite. Para ambas as finalidades, há necessidade de um manejo cultural diferenciado e adequado. O plantio pode ser em linha ou a lanço, mas em ambos há necessidade de definição ou estabelecimento da época e da densidade de plantio, da quantidade de sementes, do espaçamento, do sistema de semeadura, da profundidade de plantio, dentre outros fatores não menos importantes, como manejo de plantas daninhas, de pragas e doenças, da fertilidade e o manejo de água como no caso de produção de sementes. Essas variáveis, quando interagidas, contribuem para o aumento da produção de fitomassa verde para forragem, massa seca para cobertura morta em plantio direto e produção de grãos para ração ou para sementes. A área plantada com a cultura do milheto no Brasil é de cerca de 2,1 milhões de hectares (Bonamigo, 1999), sendo que ele é mais cultivado onde se pratica o plantio direto. 1 - TENDÊNCIA DE EXPANSÃO DA CULTURA O milheto, segundo Scaléa (1999), é uma planta da família das gramíneas de grande adaptação ao Cerrado brasileiro, onde o nível de fertilidade é baixo e o período de estiagem é quase sempre prolongado durante o ano. A sua alta adaptabilidade às condições do Cerrado se deve à alta capacidade de tolerar déficit hídrico prolongado e abaixo de 400 mm. A adaptação a solos menos férteis está na sua capacidade de extração de nutrientes, face ao seu sistema radicular profundo. No setor agropecuário, alguns estados do Sul e do Nordeste do país têm utilizado o milheto como planta forrageira para alimentação do gado e outros animais. No Sul, devido às condições chuvosas, ele ainda é usado como pastoreio.