A fase atual da ciência econômica: de 1929 aos nossos dias
As críticas apresentadas às teorias neoclássicas, a partir de 192o, atingiram, seu ponto culminante no decênio de 193o, que se caracterizou por ser um período de grande fermentação teórica. Na maioria dos casos, os debates provocaram novas análises e novos estudos em ambos os lados oponentes (de que são exemplos os trabalhos sobre o comportamento dos preços das empresas situadas entre o monopólio puro e a concorrência perfeita; o comportamento ótimo do produtor e do consumidor; a teoria do monopólio e da concorrência imperfeita; os problemas da "grande empresa" resultantes da concentração do poder econômico etc.).
É evidente que os fatos econômicos contribuíram intensamente para acirrar os debates dos economistas: os problemas decorrentes da Primeira Grande Guerra e da crise de 1929 evidenciaram a insuficiência da tradição clássica e neoclássica para solucioná-los. Os países industrializados do mundo ocidental, abalados por séria crise no pós-guerra, que ocasionou elevados níveis de desemprego e profundo descontentamento do povo, sofreram em 1929 o impacto de outra crise, iniciada na Bolsa de Valores de Nova Iorque.
Parecia muito distante da realidade a imagem de funcionamento de um sistema econômico criada pelos clássicos e neoclássicos: o pleno emprego seria o nível normal de operação da economia, e as distorções que surgissem teriam correção oriunda de remédios gerados pelo próprio sistema econômico. Ao invés disso, entretanto, o desemprego atingira proporções alarmantes e não havia indicações de que tal situação estava se autocorrigindo.
Na ausência de um diagnóstico teórico sobre a economia do desemprego maciço, os políticos e os governantes tentaram desesperadamente remediar os males por meio de medidas como a restrição das importações, o aumento de tarifas, a desvalorização da moeda, a realização de obras públicas como mecanismo de criação de emprego (Inglaterra) ou de estímulo à economia