Trabalhos acadêmicos
As influências do construtivismo no movimento feminista das Relações Internacionais.
Introdução: objeto, problematização, hipótese e objetivo
O presente trabalho tem como principal objetivo discutir, numa perspectiva construtivista, questões sobre o movimento feminista que ganhou força nas Relações Internacionais na década de 1980. Procuraremos levantar algumas ideias a respeito de como o contexto Construtivista influenciou um conjunto de mulheres que, motivadas pelo anseio de igualdade entre homens e mulheres, engajam diversos movimentos sociais e manifestações públicas, na busca de direitos equânimes. Desse modo, buscaremos ao longo do projeto, estreitar as relações existentes entre o Construtivismo e os movimentos feministas, de modo a compreendermos o que representam ambos os movimentos e qual é o grau de influência entre eles.
No desenvolver do projeto buscaremos apresentar o porquê da Teoria Construtivista ser a que melhor se aplica ao movimento feminista nas Relações Internacionais. O pensar sobre a condição feminista nas Relações Internacionais nem sempre teve um espaço digno nas disciplinas teóricas da área. Comparada às outras Ciências Humanas, as perspectivas feministas emergiram nas Relações Internacionais em um período relativamente tardio. Ao questionar o porquê desse atraso, Halliday (Repensando as Relações Internacionais, 1999) aponta que os estudiosos das RI tenderam a ver o gênero como um problema intranacional e não internacional, resumidamente, como uma questão irrelevante para os assuntos da política mundial. Assim, a área de Relações Internacionais, por muito tempo, foi vista como um espaço de “gênero neutro”, e as abordagens feministas somente ganharam lugar nas RI há pouco mais de uma década.
A questão das mulheres - suas posições e condições –, dentro das Relações Internacionais, tem ganhado muita força e tem sido pensada ao longo dos anos por colaboradores das mais variadas etnias e correntes de pensamento.