Parâmetros técnicos e éticos para a formação do psicoterapeuta: alguns apontamentos
Elza Dutra1
Neste texto, propomos a discussão de algumas ideias pertinentes à formação do psicólogo-psicoterapeuta e lançamos algumas questões como ponto de partida para as discussões sobre a psicoterapia, em pauta no Sistema Conselhos de Psicologia.
Para começar, é importante lembrar que a psicoterapia, no estágio atual da profissão no Brasil, é uma prática não exclusiva do psicólogo. Segundo a Lei nº 4.119/1962, § 1º: Constitui função privativa do Psicólogo a utilização de métodos e técnicas psicológicas com os seguintes objetivos: a) diagnóstico psicológico; b) orientação e seleção profissional; c) orientação psicopedagógica; d) solução de problemas de ajustamento. Posteriormente, a Resolução CFP nº 10/00 especifica e qualifica a Psicoterapia como prática do Psicólogo. Portanto, só nos cabe, aqui, pensar a psicoterapia no contexto da Psicologia. Nossa intenção, portanto, é alimentar a discussão sobre a formação do psicólogo no que se refere a essa prática psicológica. Sim, porque esta, a psicoterapia, consiste em uma das práticas do fazer psicológico, especificamente no campo da clínica, mas não a única. Entretanto, em função do objetivo deste texto, nos limitaremos a pensar somente acerca da psicoterapia, focalizando, principalmente, os parâmetros técnicos e éticos e o quanto estes direcionam a formação do psicoterapeuta. Vale ressaltar que, ao falar em formação, estamos nos referindo não só aos estudos na graduação e na pós-graduação, mas também aos cursos de formação “informais”.
Mas o que significa “formar”?
A primeira questão que se apresenta, quando pensamos na formação do psicoterapeuta, é: o que seria importante e crucial para uma “boa” formação? E aqui nos deparamos com a tão falada e reconhecida diversidade da Psicologia. Como pensar uma formação que leve em conta critérios que possam contemplar e refletir tal diversidade? Como podemos pensar em habilidades e