Paráfrase/ Paródia - Navio Negreiro
Gabrielle ingressou à faculdade e logo surgiu mais uma interrogação em sua mente: A conquista do primeiro emprego. “Donde vem? Onde vai? Das naus errantes. Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?” Os questionamentos se sucediam e o medo de não conseguir o estágio assombrava a menina.
Sua entrada na Universidade era algo muito recente, o que prejudicava seu objetivo, pois as empresas buscavam alunos a partir do 2 ano e com experiência, o que lhe causava fúria. Mesmo conseguindo a oportunidade de trabalho, as dúvidas não chegariam ao fim, visto que, teria que utilizar bons critérios para agarrar a chance.
Contrariando todos esses prognósticos, Gabrielle conseguiu estagiar já no primeiro ano de graduação. Acreditava que sairia às ruas em busca de fontes para realizar suas matérias. Entretanto, o que aconteceu foi o contrário e a garota não saía de frente ao computador, uma vez que trabalhava de freelancer.
“Oh! Que disse harmonia traz-me a brisa! Que música suave ao longe soa! Meu Deus! Como é sublime um canto ardente. Pelas vagas sem fim boiando à toa”. A vida de Gabrielle era ótima antes do estágio, acreditava até possuir mais dinheiro do que agora.
Ontem, black card
A experiência, a caça ao sonho
O sono dormido à toa
Sob as luzes da redação
Hoje, a solidão, o tédio profundo
Facebook, teclado, toques, conteúdo.
Tendo o chefe por jagar
E o sono sempre contido
Pelo café reforçado
E o despertar desgraçado.