Partidos

Partidos Políticos e Organizações de Interesse

Os Partidos Políticos
Fernando Farelo Lopes, capítulos 1,2 e 3

Capítulo 1

Maurice Duverger: Os partidos de quadros/partidos de massas

Em 1951, Duverger distingue partidos de quadros de partidos de massas.
Neumann propõe em analogia, a distinção entre partidos de integração individual e partidos de integração social, dentro deste último, distingue ainda entre partidos de integração democrática e partidos de integração total.
Marr estabelece igualmente uma divisão semelhante entre o partido de representação e o partido de integração.
No seu estudo, Alan Ware considera as abordagens institucional e sociológica e segundo este autor, outros politólogos praticam uma abordagem da concorrência eleitoral.
Uma das posições partilhada pela abordagem da concorrência e a institucional, é a recusa de conceder primazia a factores sociais como elemento explicativo dos fenómenos políticos.
A abordagem institucional concebe uma ampla diversidade de instituições potencialmente relevantes para o estudo dos partidos, a abordagem da concorrência realça apenas uma: a concorrência eleitoral.
O modelo da concorrência eleitoral partilha uma suposição com a abordagem sociológica que o modelo institucional não aceita: as crenças, valores e as atitudes dos actores envolvidos são dados precedentes num contexto institucional específico.
Duverger apresenta o partido de quadros como um tipo arcaico , correspondendo à vigência do sufrágio censitário ou à fase inicial do sufrágio universal, ao passo que o partido de massas seria o único adaptado ao mundo moderno, seria mesmo o partido do presente e do futuro.
O partido de massas baseado na secção não provou ser o modelo de organização dominante. Não se verificou o previsto contágio da esquerda sobre os outros tipos de organização partidária.
Numa época em que as campanhas eleitorais se fazem por via da televisão, das sondagens, etc., os partidos precisam muito mais de