Particularidade historico estrutural brasileira

O desenvolvimento do capitalismo só foi possível em todo mundo por causa da universalização das relações mercantis, fato que peculiariza esse modo de produção. Essa relação se torna dominante devido à possibilidade de comprar força de trabalho de grande parte da população – “acumulação primitiva” - e na venda da força de trabalho - expropriação dos produtores diretos de todos os meios de produção. Grande parte da população mundial foi obrigada através da violência a vender sua força de trabalho. O capitalismo para sobrepor-se sempre precisou de violência. Os Cercamentos nas Inglaterra são um dos inúmeros exemplos disso.
O Brasil se insere no processo de um mercado mundial em formação como colônia de exploração de Portugal, no século XVI. A colonização se baseou no exclusivo comercial entre a colônia e a metrópole (Pacto Colonial); e exportação de matérias-primas cultivadas em grandes propriedades rurais, onde era empregado o trabalho escravo. As colônias e as metrópoles foram consideradas um conjunto necessário para a transição ao capitalismo. Exigências, que no Brasil não foram consideras relações capitalistas devido a não realização da compra e venda da força de trabalho, mas isto foi uma imposição do próprio modo de produção nascente.
Enquanto nos países centrais já ocorria o capitalismo, aqui no Brasil a acumulação foi forjada pelas colônias, ou seja, o surgimento do capitalismo só foi possível nos países centrais devido à instauração das colônias nos países da América Latina. Houve então uma existência formal do capitalismo nas colônias. A estrutura foi determinada por um conteúdo capitalista oriundo de fora desses lugares, e esse novo modelo após ser consolidado na Revolução Industrial ocorrida na Inglaterra é contrário às economias coloniais, que precisaram ser extintas.
Para o capitalismo se consolidar aqui foi necessário confrontar com essa estrutura econômica anterior. Logo, só foi possível falar de capitalismo no país, quando ocorreu a possibilidade