Parte 7
Parte Sete Herói e heroína homéricos
Introdução
A Seção Vinte, última seção da primeira metade do Curso, introduz Homero por meio da história de Odisseu e Nausícaa. A mudança de ênfase que ficou evidente na Seção Dezenove, que saiu da sociedade secular de Neera e Aristarco para uma interpretação da história que dependia da intervenção dos deuses nas questões dos homens, continua aqui. No mundo de Homero, os deuses movemse livremente entre os heróis (mortais) dos gregos (a quem os deuses, em muitos aspectos, se assemelham) e, como resultado, os heróis são com muita frequência chamados de “divinos”, ou “semelhantes aos deuses”. No entanto, há um sentido mais profundo do valor da mera humanidade em Homero do que, talvez, em qualquer outro autor grego.
Homero e seus poemas
A Ilíada e a Odisseia são as primeiras obras literárias da civilização ocidental, e alguns diriam que elas encontram rival apenas em Shakespeare. Ao lê-las, você estará entrando em uma corrente de experiência humana que se estende cerca de 2.700 anos para trás e se estenderá para a frente enquanto livros forem lidos.
Nenhuma outra obra teve, direta ou indiretamente, um impacto tão profundo sobre a literatura ocidental ou exerceu uma atração tão forte sobre a imaginação humana durante um período tão longo.
Os dois poemas provavelmente haviam atingido a forma em que hoje os temos por volta de 700. A tradição nos diz que seu compositor foi Homero e que ele era cego. Ambos os poemas tratam de eventos relacionados à Guerra de Troia que, se de fato aconteceu (e pode ter acontecido), data de cerca de 1200. O que é certo é que os poemas foram resultado de centenas de anos de transmissão oral (não escrita), passada de geração para geração de cantores que alteraram, adaptaram e modificaram as histórias tradicionais para adequá-las à sua própria visão, habilidade e público. Homero é a culminância dessa tradição.
A Ilíada descreve um incidente que aconteceu durante o cerco