PARIDADE DO PODER DE COMPRA
Essa acalorada discussão (que não é única e exclusiva do Brasil), está tirando o sono de muita gente: dos exportadores, que vêem seus produtos com preços menos competitivos no exterior, frente a outros países como a China por exemplo; dos importadores, que ficam acordado para fechar negócios com a China, uma vez que o consumo no Brasil está bombando e não deve reduzir o ritmo de expansão tão cedo; dos consumidores, que passaram a ter acesso a inúmeros bens eletro-eletrônicos (celulares, computadores, etc.) a preços cada vez mais baixos (importados, em grande parte) que agora ficam plugados ao invés de dormir; dos especuladores, porque pra especular não pode dormir no ponto; dos economistas, que ficam inventando e reinventando medidas e dando palpites sobre o que o governo deveria fazer e quais as causas do câmbio sobrevalorizado; do governo, que tem que lidar com todos acima; e meu, que tenho insônia naturalmente.
O fato é: o Real está muito valorizado! Quanto? Todos sabem e tem números diferentes, o que equivale a dizer que ninguém sabe! Contudo, há esforços importantes para se determinar o quanto e, um desses esforços, segue a linha da paridade do poder de compra (PPC ou PPP em inglês, purchasing power parity). Segundo definição do FMI (What is a “purchasing-power-parity (PPP)” exchange rate?) , a PPC entre 2 países é uma taxa de conversão entre as moedas envolvidas, como a taxa de câmbio. Essa taxa ,contudo implica na conversão de quanta moeda do país 1 seria necessária para se adquirir a mesma quantidade de bens no país 2. Por exemplo, se para comprar um boné no país 1 custa $10 e no país 2, o mesmo boné (idêntico), custa $30, a PPC desse país é de 3 (ou 1/3, a depender do referencial). Normalmente essa PPC é medida em unidades de dólar, de maneira que se podem calcular diversas PPC entre países, dado os preços dos produtos em dólar. (Para mais informações sobre PPP, leia: “PPP Versus the Market: Which Weight Matters?“)
O exemplo mais