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CINÉTICA DE DEGRADAÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA
DE BIOSSÓLIDOS APÓS APLICAÇÃO NO SOLO E RELAÇÃO COM
A COMPOSIÇÃO QUÍMICA INICIAL ( 1 )
CRISTIANO ALBERTO DE ANDRADE (2 *); CLAUDEIR DE OLIVEIRA (3); CARLOS CLEMENTE CERRI (4)
RESUMO
O objetivo deste estudo foi avaliar a degradação de biossólidos após aplicação no solo, relacionando com a composição química inicial da matéria orgânica (MO) desses resíduos. Foram utilizados quatro biossólidos e um composto orgânico à base de lodo de esgoto, provenientes de diferentes sistemas de tratamento de esgotos e/ou estabilização do lodo e/ou condicionamento químico para desidratação e/ ou etapa complementar visando à melhor adequação ao uso agrícola. A degradação dos biossólidos foi determinada com quantificação do CO 2 emanado a partir de experimento de incubação de misturas de amostras de um Latossolo, com dose dos resíduos correspondente a 40 t ha -1. As taxas de degradação da fração orgânica dos resíduos variaram entre 5% e 22%. De modo geral, a degradação da fração orgânica dos biossólidos foi descrita por equação de cinética química com duas fases: a primeira fase caracterizou-se pela elevada velocidade de degradação de compostos orgânicos presentes em quantidades limitadas, cuja exaustão do substrato ocorreu em poucos dias (2 a 20 dias); a segunda fase caracterizou-se pela redução da velocidade da reação de degradação e aumento da quantidade de carbono mineralizado (65% do total de C mineralizado no período). A proteína bruta, expressa como porcentagem do conteúdo orgânico dos resíduos, foi o parâmetro que melhor correlacionou com a taxa de degradação dos biossólidos no fim de
70 dias de incubação (r = 0,999 e Prob. > t inferior a 10 -4 ), sendo promissora sua utilização na previsão da taxa de degradação da MO de biossólidos após aplicação no solo. A participação do compartimento protéico foi crescente com o tempo de incubação,