PARANAPIACABA

Paranapiacaba, lugar místico, de forte energia esotérica e de histórias controversas, que vêm servindo ao longo dos anos para alimentar o imaginário popular. Muito se fala a respeito dela e é difícil saber onde termina o mito e começa a realidade. Possui seu próprio pulsar e jamais poderá ser compreendida por quem ou aqui não vive, ou nunca viveu.

Seu nome original, Alto da Serra se manteve até o ano de 1907, quando foi instalado o Distrito de Paz de Paranapiacaba, vinculado a São Bernardo. No entanto a estação de trem só teve seu nome trocado em 1945, pouco tempo antes do término de concessão do contrato entre o governo imperial e os ingleses.

Começando por seu nome, já encontramos uma pequena incorreção: todos divulgam o significado de seu nome como sendo “lugar de onde se avista o mar”, mas temos também outra significação, pois, segundo o historiador santista Francisco Martins dos Santos, o termo original tupi é “pêranáipiâquaba” que significa “passagem do caminho do porto de mar”.
A data de sua fundação possui incorreção ainda maior. Em evento patrocinado pela Prefeitura de Santo André, adota-se o dia 16 de fevereiro de 1867. No entanto, esse foi o dia em que os trens circularam, oficialmente, pela 1ª vez, no trajeto completo entre Santos e Jundiaí. No trecho entre Santos e São Paulo a linha foi entregue ao tráfego no 1º semestre de 1865 (entre os meses de março e abril). Em 25 de abril, armamentos vindos do Rio de Janeiro ao porto de Santos subiram pela ferrovia com destino a Guerra do Paraguai. Portanto, muito antes de 1867 o funicular estava em plena operação. Além desse fato há documentação do início das obras na serra no ano de 1860.

Quanto ao número de trabalhadores que aqui residiram há uma controvérsia: enquanto alguns afirmam que foram cerca de 5.000, há informações de que esse número o foi em toda a ferrovia.

Por aqui também se costuma dizer que não houve trabalho escravo durante a construção ferroviária – mas houve, e muito! Eram