Paradigma
Boaventura neste discurso tem o objetivo de refletir acerca das ciências no seu conjunto, observando toda a sua trajetória ao longo dos séculos, bem como reflete a idéia de progresso científico, concluindo que ainda vivemos baseados numa ciência que tem muito a amadurecer.
Em seu discurso, Boaventura se dá conta eu em meio a um aparato científico tão abrangente, as perguntas e questionamentos tão complexas já não são capazes de interrogar tamanho processo de desenvolvimento da sociedade. Ele acredita, assim como Einstein, que os questionamentos simples como os feitos por uma criança são capazes de nos fornecer esclarecimentos tão próximos da realidade que nos forneceria mais segurança à tantas perplexidades do mundo moderno. Essas crianças devem estar presentes em cada um de nós.
O primeiro exemplo retratado pelo autor em seu discurso remete-se ao espírito infantil de Jean Jacques Rousseau. Destaca ele: “O progresso das ciências e das artes contribuirá para purificar ou para corromper os nossos costumes?” Tratou-se de um questionamento simples, mas de grande profundidade. Rousseau respondeu rapidamente com uma negativa.
É neste sentido que Boaventura sustenta seu olhar firme sobre a ordem científica hegemônica, uma ciência que insiste em manter-se inflexível às reais necessidades humanas, analisa sob um olhar sociológico a crise dessa ciência e propõe um perfil de uma ordem científica emergente.
Quanto à ordem científica dominante, ele questiona a estrutura deste modelo científico desenvolvido a partir do século XVI e que ao longo dos anos foi fortalecendo-se. Esta estrutura científica compromete-se