Paradigma
Thomas Kuhn, célebre historiador da ciência, falecido em 1996, mudou por completo a noção que se tinha sobre o progresso científico.
Anteriormente, pensava-se que a ciência progredia de forma contínua, por melhoramentos consecutivos, que iam sendo adicionados por sucessivos cientistas.
Na sua célebre obra A Estrutura das Revoluções Científicas (1962) defendeu que os grandes progressos da ciência não resultam de mecanismos de continuidade, mas sim de mecanismos de rotura.
Uma ciência que evolui de forma contínua atravessa uma etapa do seu desenvolvimento em que se considera que constitui uma Ciência Normal. Durante esse período, o mundo ao qual essa ciência se aplica é visto por todos os seus praticantes segundo uma mesma perspectiva. Todos vêm o mundo da mesma maneira.
A certa altura, alguns dos praticantes dessa ciência começam a descobrir contradições internas e chegam à conclusão de que a forma de ver o mundo em que essa ciência de baseia não é adequada. Começam a descobrir que o mundo devia ser olhado de outra maneira. Às diversas formas de ver o mundo, Kuhn chamou paradigmas. Quando alguém descobre um paradigma distinto, sobre o qual é possível basear o desenvolvimento duma ciência, diz-se que a ciência é, durante esse período, uma
Ciência Revolucionária.
Segundo Kuhn, uma ciência evolui por etapas que ora são de evolução normal, ora de rotura revolucionária, sendo as roturas revolucionárias que mais contribuem para o progresso dessa ciência.
Na Astronomia, por exemplo, durante muitos anos acreditou-se no paradigma geocêntrico, segundo o qual o Sol rodaria à volta da Terra. Todos os cálculos matemáticos da altura, realizados sobre os movimentos dos planetas, confirmavam que o paradigma geocêntrico era o correcto. A certa altura, no entanto, alguns astrónomos e físicos começaram a conjecturar que as irregularidades que detectavam em alguns dos cálculos só poderiam ser explicadas se a Terra rodasse em torno do