Parada 174
O documentário “Ônibus 174” relata um sequestro que ocorreu na cidade do Rio de Janeiro, e teve grande repercussão nacional. Sandro Barbosa do Nascimento, um dos poucos sobreviventes da Chacina da Candelária, viu, ainda quando criança, sua mãe ser brutalmente assassinada a facadas, então residiu um período com sua tia, mas logo depois foi morar nas ruas. Roubando constantemente para sustentar seu vício em drogas, quando jovem, teve várias passagens instituições para adolescentes infratores. No dia 12 de junho de 2000, Sandro assalta e sequestra um ônibus com alguns reféns, pouco depois os policiais chegam e tentam a negociação, que se torna cada vez mais difícil principalmente pela falta de recurso e preparo policial. Depois de bastante tempo de negociação, Sandro desce do ônibus com uma refém, Geisa, e três policiais tentam convencê-lo a se entregar, por trás, repentinamente, vem um policial e efetua um disparo com uma submetralhadora 9mm, mas não o acerta, o sequestrador, assustado, também dispara sua arma de fogo e mata Geisa. Sandro, relutante, foi imobilizado e conduzido à viatura, e morreu dentro do veículo por asfixia. O longa-metragem é cortado por vezes por depoimentos de reféns, de pessoas que conheciam Sandro e até de policiais, desperta sentimentos opostos em quem o assiste, de pena, raiva, compaixão e revolta. Por um lado, observa-se um indivíduo que teve uma vida difícil, precisando ser enxergado pela sociedade como uma pessoa, e não mais como um nada, como um resto da sociedade, observa-se uma pessoa que descarrega na polícia toda a revolta por ter sido alvo da exclusão social, com medo, assustada pelo que ela mesma estava causando, prova disso é que os policiais mesmos disseram que Sandro não sabia o que queria, não sabia o que pretendia ao sequestrar aquele ônibus, as vítimas, em seus depoimentos, diziam que havia diálogo lá dentro. Por outro lado, vê-se claramente um grande despreparo por parte da polícia para lidar com