PARA ONDE FOI O BATISMO?
Pe Paolo Cugini
Confesso que várias vezes perante um pedido de batizar uma criança, precisei me controlar bastante para não xingar(em alguns pouquíssimos casos não consegui me conter). Raríssimos foram os casos, nestes quase vinte anos de padre, que recebi um pedido de batismo que fosse algo de cristão, que fosse algo de decente, ou seja, que fosse um pedido de encaminhar o filho na trilha que Jesus traçou. Pior é quando se apresentam os pais dizendo: “Padre queremos casar para batizar nosso filho”. Na realidade a culpa não é dos pais, mas da Igreja que permitiu que se chegasse a este ponto. O sacramento do Batismo deveria marcar a adesão pessoal a Cristo, à sua proposta de vida nova e, infelizmente, se tornou uma piada, um ritual sem sentido, que as pessoas exigem come se fosse algo que é devido, de natural. O medo de perder os números, as multidões, levou pelos caminhos sombrios de decisões pastorais populares, mas pouco evangélicas.
São Paulo nos ensina que “todos nós que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na sua morte” (Rom 6,3). O Batismo é participação da morte de Cristo: o que quer dizer isso? A morte de Cristo é a vitória sobre o pecado, ou seja, sobre a tendência humana à autossuficiência. Jesus morrendo na cruz manifestou ao mundo que o seu amor ao Pai era maior do medo da morte. Sem duvida Jesus podia ter fugido, mas aceitou as consequências da sua pregação e da sua ação, que provocaram o ódio do mundo condenando-o à morte na cruz. Morrendo na cruz Jesus desvendou ao mundo que a força do amor ao Pai, quando é autentica e brota de dentro do coração é maior dos instintos de sobrevivência. Este é para mim um dado fundamental, porque marca a medida da fé em Deus. De fato, a prova que nós acreditamos em Deus de verdade, é quando a vida nos coloca na parede e nos obriga a escolher. Quando os nossos interesses particulares gritam mais forte das exigências do Evangelho, ainda não morremos ao mundo. Quando basta