Para onde caminha a ética
Cléberson Rodolfo Vieira Schwingel1
Tratar da melhor maneira possível um tema de tamanha complexidade, em um artigo não superior a duas páginas, é uma tarefa extremamente desafiadora, por isso, o convite para tal feito me deixou ao mesmo tempo envaidecido e angustiado.
Definir cientificamente o conteúdo e o alcance da palavra ÉTICA é, desde o primórdio da humanidade até os dias de hoje, tema que demanda incansáveis estudos de grandes pensadores, tais como: Platão, Aristóteles, Sócrates, Kant, Rousseau, Santo Agostinho, entre outros. Por isso, parto de um conceito popularmente aceito, para discorrer sobre “Para onde caminha a Ética”: ÉTICA é um conjunto de princípios e valores morais que norteiam a conduta humana na sociedade, com o objetivo de se buscar conciliar o bem-estar individual, com o bem-estar coletivo.
Por ter por objeto princípios e valores morais, que nada mais são do que conceitos criados pela razão humana, portanto, subjetivos, a ÉTICA varia com o passar do tempo, de uma cultura para outra, entre diferentes e específicos grupos de uma mesma sociedade.
O ético e o não ético são, portanto, variáveis no tempo e em consonância com os usos e costumes aceitos ou não pela maioria de uma determinada coletividade.
Com essa indeterminação do que pode ser considerado ético ou não, infelizmente abrem-se brechas comumente utilizadas pelos aéticos, para justificar seus atos e, pior, para desvirtuar aquela premissa de que a ÉTICA visa conciliar o interesse individual ao coletivo, disseminando a idéia de que o ético é o ato que condiz unicamente com a satisfação do interesse individual.
O grande desafio da ÉTICA foi e sempre será, portanto, essa tal conciliação entre as vontades individuais e a coletiva.
Para solucionar esse problema, a humanidade optou por uma criação absolutamente racional, as leis. Com elas se buscou normatizar, em cada sociedade e em cada época, o que a coletividade acolhia como certo (ético) e, por