Papel da mulher primitiva
920 palavras
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O homem a cada dia arriscava sua vida em um mundo perigoso e hostil, caçando para levar o alimento à sua mulher e filhos e enfrentando inimigos e animais selvagens. Desenvolveu o senso de direção e a pontaria, tornando-se capaz de localizar a caça, atingi-la, mesmo em movimento, e levá-la até o lugar onde vivia. A definição de seu trabalho era simples: caçador de comida. Isso era tudo o que se exigia dele. A mulher, por seu lado, se sentia valorizada ao ver o homem expor a vida pela família. Homem de sucesso era aquele que conseguia bastante comida, e sua auto-estima dependia do reconhecimento da mulher aos seus esforços. A família só esperava que ele cumprisse suas tarefas de caçador e protetor - nada mais. Não era preciso "repensar o relacionamento" e ninguém lhe pedia para levar o lixo para fora nem trocar as fraldas do bebê. O papel da mulher era também muito claro. A necessidade de ser uma perpetuadora da espécie apontou a direção em que devia evoluir e as habilidades a desenvolver para cumprir suas funções. Precisava ser capaz de detectar sinais que indicassem a aproximação do perigo, ter excelente senso de direção a curta distância, orientando-se por detalhes da paisagem para encontrar o caminho e, com sua extraordinária sensibilidade, identificar pequenas mudanças na aparência e no comportamento de crianças e adultos. Tudo muito simples: ele era o caçador da comida, ela a guardiã da cria. A mulher passava o dia cuidando das crianças, colhendo frutos e sementes e se relacionando com as outras mulheres do grupo. Não tinha que se preocupar com a parte principal do abastecimento de comida, e seu sucesso estava ligado à capacidade de manter a vida em família. Sua auto-estima dependia do valor que o homem dava a suas habilidades de zeladora e mãe. Ter filhos era um ato mágico, sagrado mesmo, como se só ela conhecesse o segredo da vida. Ninguém esperava que fosse caçar, enfrentar inimigos ou trocar lâmpadas. A sobrevivência era difícil, mas o relacionamento era