Pantanal
A drenagem deste delta interno pelo médio Paraguai, por meio da barra estreita e rasa do Fecho dos Morros do Sul, faz-se com muita dificuldade. Porém, enormes quantidades de água estagnada atrás desta barragem tornam o Pantanal um labirinto imprevisível de águas paradas e correntes, temporárias ou permanentes, designadas através de grande quantidade de termos específicos pelo homem pantaneiro. Nas lendas indígenas e nos primeiros mapas, o Pantanal é lembrado como um grande lago cheio de ilhas, o "mar dos Xaraiés".
Em anos chuvosos, como em 1984 ou em 1995, o rio Paraguai expande-se em uma faixa de até 20 km de largura, invadindo os grandes lagos da fronteira boliviana e a Ilha do Caracará, regenerando temporariamente o "mar dos Xaraiés" dos antigos climas chuvosos. O rio Paraguai e os outros rios pantaneiros apresentam pouca declividade, da ordem de 20-30 cm por quilômetro, o que faz com que as águas que se acumulam nos períodos de chuvas intensas escoem com muita lentidão. Em conseqüência, as enchentes, que são máximas ao norte nos meses de março e abril, chegam ao sul do Pantanal somente em julho e agosto. Enquanto isso, imensas quantidades de água, provavelmente centenas de quilômetros cúbicos por ano, perdem-se por evaporação direta para a atmosfera. O Pantanal pode ser, com justiça, considerado a