panorama do carvão vegetal no brasil
Introdução
O carvão vegetal é uma das mais antigas e importantes fontes de energia utilizadas mundialmente. Sua fabricação é conhecida desde longa data na história da humanidade havendo referências do seu uso há séculos. O grande desenvolvimento da indústria do carvão vegetal ocorreu na 2a Grande Guerra Mundial durante a qual cientistas e técnicos europeus realizaram estudos sobre a obtenção do biorredutor com o objetivo de fornecer matéria prima para a indústria, produção de carvão para gasogênios, síntese de combustíveis, entre outros. As pesquisas foram abandonadas após a economia mundial voltar-se para o petróleo. Entretanto, os países privados de petróleo e distantes dos centros de distribuição tais como Brasil e Austrália, continuaram a utilizar o carvão vegetal destinado principalmente ao tratamento de minérios nos altos-fornos e abastecimento energético em geral.
O carvão vegetal é uma matéria prima renovável, pouco poluente quando comparado a combustíveis fosseis e é usado como agente redutor na fabricação de ferro gusa e como fonte de energia (ARRUDA, 2005).
O carvão vegetal chega a atingir 70% do custo de produção do ferro gusa. No entanto, as siderúrgicas que consomem essa matéria prima apresentam maior vantagem comparativa em termos ambientais e sociais (GOMES, 2006). Em média esses valores podem representar de 45 a 49% dos custos da produção do ferro-gusa (JUNIOR, 2011). Atualmente, o maior consumo de carvão vegetal está concentrado em polos siderúrgicos. Esses polos estão localizados em Minas Gerais (maior consumidor de carvão vegetal), Polo siderúrgico de Carajás, localizado nos Estados do Maranhão e Pará, onde predomina o consumo de carvão obtido de matas nativas, Polo do Espírito Santo e do Mato Grosso do Sul (Corumbá, Aquidauana, Ribas e Rio Pardo), mais novo polo guseiro do país onde predomina o consumo de carvão obtido de florestas plantadas.