Pan ku
A mitologia chinesa aborda diversos temas, na sua forma oral ou escrita, estando a criação do mundo entre eles. A maioria dos historiadores acredita que foi no inicio do ano de 1100 aC que se deu inicio a mitologia chinesa, inicialmente na forma oral, e bem depois na forma escrita.
A base da mitologia chinesa é milenar, porém baseia-se fundamentalmente em elementos oriundo da três principais religiões chinesas: o Taoísmo, o Confucionismo e o Budismo. A mistura dos elementos deste tripé religioso torna suas lendas e mitos complexos para nós que não estamos familiarizados com a civilização chinesa e suas sutilezas.
Grande parte dos mitos chineses conhecidos vem, principalmente, de três textos chaves: Shan Hai Jing, Pergaminho da Montanha e do Mar, que descreve os mitos, a magia, a religião e a geografia da China antiga, sendo uma das primeiras enciclopédias da China; Shui Jing Zhu, Comentário sobre o Pergaminho da Água, tratando de forma aprofundada e rica sobre a geografia, história e as lendas chinesas; e Hei’an Zhuan, Épico da Escuridão, trata-se de uma coleção de poesia épica sobre as lendas, preservada pelos habitantes montanheses de Hubei.
A literatura chinesa sobre as lendas da criação possui versões diferentes para o mesmo evento, talvez pela mistura religiosa presente. Neste texto vamos trabalhar a versão mais difundida, tanto sobre a criação do mundo como da criação do homem: a história de Pan Ku (criação do mundo) e Nü Wa (criação do homem).
No principio não havia nada. Apenas caos e escuridão. Todo o universo era um imenso ovo negro, e dentro dele estavam Yin e Yang, opostos que coexistem mantendo um delicado equilíbrio. Dentro deste ovo havia, também, um terceiro elemento: um espírito desenvolvendo-se em total silencio. Era Pan Ku, que crescia junto com o ovo, tornando-se gigantesco.
Por dezoito mil anos o ovo flutuou, chocando os três elementos que estavam em seu interior. Depois deste tempo, Pan