Padronização Contábil
PERFIL DOS COLABORADORES DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO
FRENTE À ESSÊNCIA DO COOPERATIVISMO
Marieli Mulinari1
Diana de Souza Ritterbuch2
Resumo: O presente artigo objetiva analisar a história e a essência do cooperativismo, relacionando seus princípios à forma de atuação de seus colaboradores. Embora do ponto de vista legal, a atuação funcional dos trabalhadores de cooperativas de crédito se equipare aos trabalhadores de outros tipos de empresas, observa-se que naquelas entidades estão presentes outros valores mais essenciais que o lucro, o que confere à atividade uma especificidade particular.
Neste sentido, este estudo demonstra que se exige do trabalhador do sistema cooperativo um perfil diferenciado, baseado na cooperação, ajuda mútua, comprometimento e responsabilidade.
Palavras-chave: Cooperativas. Desenvolvimento. Cooperação.
INTRODUÇÃO
Desde seu surgimento em 1844, o cooperativismo pretendeu sempre se opor às péssimas condições de vida até então existentes. As cooperativas de crédito surgiram através da conjunção de forças, sendo seu principal intuito a cooperação entre grupos de pessoas, o espírito de cooperação que é profundamente humano.
Como descreve Wiechorik (2004), a ajuda mútua praticava-se ainda pelos povos mais antigos, quando saíam em busca de alimento ou de abrigo para sobreviver. Era comum a união de agricultores, artesãos e mercadores na China, na Grécia e no Egito para resolver dificuldades coletivas e melhorar as condições de vida. Durante a Idade Média, os povos cristãos desenvolveram organizações econômicas de mosteiros que, do ponto de vista econômico, eram espécies de cooperativas, onde a produção e o consumo processavam-se em comum.
Sob essa perspectiva, o movimento que se apresentou na Europa, serviu como instrumento de organização política, obtendo influências do cristianismo e do humanismo ao longo de sua história. Dentre os pioneiros do cooperativismo, muitos eram cristãos e suas ideias estavam identificadas com as grandes obras