PACIENTE COM LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO DESENVOLVE INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA
A tolerância imunológica é definida como a não responsividade a um antígeno, induzida pela exposição previa a este antígeno. Quando linfócitos específicos encontram antígenos, o linfócito pode ser ativado, iniciando uma resposta imunológica a este antígeno, ou essas células podem ficar inativas ou serem eliminadas, levando à tolerância. Diferentes formas do mesmo antígeno podem induzir uma resposta imunológica ou tolerância. Antígenos que tem a capacidade de induzir tolerância são chamados tolérgenos, ou antígenos tolerogênicos, para distingui-los dos imunógenos, que geram imunidade.
Um único antígeno pode ser um imunógeno ou tolerógeno, dependendo das condições em que é exposto a linfócitos específicos (p. ex. na presença ou ausência, respectivamente, de inflamação e respostas imunes inatas). A tolerância à autoantígenos, também é chamada de auto-tolerância, é uma propriedade fundamental do sistema imune normal, e uma falha na auto tolerância resulta em reações imunes contra antígenos próprios (autólogos). Esse tipo de reação é chamado de autoimunidade, e as doenças que ela pode causar são conhecidas como doenças autoimunes.¹
As doenças auto-minues são diversas, mas iremos discorrer especificamente sobre o Lupus Eritematoso Sistêmico (LES) e as complicações renais consequentes do desenvolvimento desta patologia.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Definição da Doença
Lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença autoimune sistêmica caracterizada pela produção de autoanticorpos, formação e deposição de imunocomplexos, inflamação em diversos órgãos e dano tecidual. Sua etiologia permanece ainda pouco conhecida, porém sabe- se da importante participação de fatores hormonais, ambientais, genéticos e imunológicos para o surgimento da doença. As características clínicas são polimórficas, e a evolução costuma ser crônica, com períodos de exacerbação e remissão. A doença pode cursar com sintomas constitucionais, artrite, serosite, nefrite,