Outsiders Ambientais no Brasil
Esta temática aborda a dicotomia entre os que estão estabelecidos como cidadãos e atuam na sociedade e aqueles que são apenas expectadores dos acontecimentos, passivos à realidade que lhe é imposta, os Outsiders. Em “Os estabelecidos e os Outsiders”, de Elias e Scotson é trazida uma história fictícia que ilustra essa situação. O livro retrata a história de uma cidade dividida em Zonas, e mostra a estigmatização grupal, a qual é responsável pela criação de uma classe de excluídos.
Do mesmo modo ocorre com os excluídos ambientais no Brasil, que são aqueles os quais são deixados a mercê das condições ambientais em que estão inseridos. São grupos historicamente descriminados, deixados pelo Estado em situação de abandono, este estigma penetra na auto-imagem dessas populações que se tornam desarmados e fracos. Tal panorama só pode ser visto como vergonhoso, já que se trata de um Estado omisso, e da escolha de quem pode ou não ser sacrificado, impondo a característica de homo sacer – conceito de Jessé Souza que indica uma espécie de subcidadãos. No Brasil é possível visualizar diversos grupos que se enquadram nesses conceitos como indígenas, catadores de lixo, marisqueiros, moradores de aterros, os nordestinos castigados pela seca, além de outros que pagam a conta das decisões dos detentores do poder.
Biopolítica e o racismo ambiental como forma de exclusão de cidadãos
A biopolítica, conceito trabalhado por Michel Foucault que o caracteriza como a “possibilidade de proteger a vida ou causar seu holocausto”, é o meio pelo qual os Estado Modernos se apropriam da vida como motivação para a tomada de decisões, e cria grupos à margem do processo político.
Esta conjuntura é a responsável pela instauração do estado de Exceção, o qual ratifica a existência do racismo ambiental e daqueles que são segregados por fatores ambientais, como é o caso dos ribeirinhos. Este modelo perpetuado pelos que governam, tem se tornado regra quando o