OSPB
Pode-se de começo levantar algumas questões referentes a estratégia de argumentação dos textos citados. Os dois padrões deste quesito são a estratégia descritiva e a estratégia explicativa. Os quatro autores fazem forte uso das estatísticas tanto pra descrever como pra explicar os temas por eles levantados. Nelson do Valle por exemplo, apresenta dados em números específicos, e com isso pode-se questionar se é possível encontrar dados tão precisos. É preciso considerar as diversas problemáticas na coleta de dados principalmente aos que dizem respeito ao censo demográfico, tal como um grande fluxo de mudança simultaneamente a um campo demorado; a dificuldade de acesso a diversas regiões do país como também as inúmeras burocracias inerentes ao processo. Argumentar através de estatísticas não está apenas relacionado a possuir dados ou não e sim à qualidade desses.
O ponto assinalado por Marcio Pochmann em que o Brasil está entre os países com maiores taxas de mobilidade social pode ser relacionado a questão da redução da pobreza apontada por Sônia Rocha. Mobilidade social entende-se pela alteração de posição no interior da estrutura social. Entretanto, tende-se a imaginar geralmente à uma mudança positiva, o que não é o correto. Marcio afirma que o melhor desempenho de mobilidade social é aquele em que se está associado ao conjunto de transformação tanto da economia quanto das políticas públicas. É interessante notar nesse ponto, que Sônia Rocha ao relacionar o declínio da pobreza com os programas de transferência de renda, aponta justamente que o Bolsa Família, uma das políticas públicas com maior prestígio, beneficia diretamente mais os indigentes do que os pobres.
Dessa forma, é possível identificar