Os tesoureiros e seladores da Alfândega

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Os tesoureiros e seladores da Alfândega de Salvador: a prática social do descaminho, 1714-1722
A dízima da Alfândega era o imposto de dez por cento, cobrado sobre as fazendas que davam entrada nos portos da colônia, fora estabelecida junto com o Governo-Geral e consta ter sido arrecada durante a União Ibérica, existindo menção de sua arrecadação até 1640, depois, desapareceu e somente reapareceu no início do século XVIII.
Na Bahia, a ordem régia para (re)estabelecer a dízima da Alfândega chegou em 1711 e tinha como objetivo o custeio de duas naus guarda-costas. Entretanto, a dízima só voltou a ser cobrada em Salvador em 1714, após uma negociação assimétrica entre o novo governador-geral e vice-rei, marquês de Angeja, e os homens de negócio de Salvador.
Nesse princípio, a dízima correu administrada pela Real Fazenda, pois o marquês de Angeja usou da “suavidade e cautela” para (re)instituir tal direito.O vice-rei ao (re)estabelecer a dízima da Alfândega, criou também um regimento para poder estruturar a Alfândega soteropolitana para a arrecadação do novo tributo.
Pelo regimento, a indicação dos oficiais era prerrogativa do Senado da Câmara, mas deviam ser confirmados ou rejeitados pelo Conselho Ultramarino de Sua Majestade. O ofício de tesoureiro da Alfândega era um dos mais cobiçados, cabia ao tesoureiro a cobrança dos despachos, isto é, a efetivação da arrecadação da dízima da Alfândega. Os homens de negócio, que quisessem despachar a prazo na Alfândega, deviam ter a autorização do provedor e do tesoureiro da Alfândega, pois era condição que o tesoureiro o aprovasse.
Após o regimento, em 1715, fora provido no oficio de tesoureiro da Alfândega o capitão-mor Pascoal Marquês de Almeida por nomeação do Senado da Câmara e aprovação de Sua Majestade. Como era um ofício criado há pouco tempo e não possuía emolumento, Pascoal Marquês logo tratou de solicitar a Sua Majestade que confirmasse o ordenado de trezentos mil réis por ano – que recebiam os tesoureiros das

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