Os sofistas o saber em questão
Diferente da história antiga, quando os sofistas faziam parte de uma história de retórica e literatura, a partir dos estudiosos contemporâneos, citando o trabalho sobre os fragmentos dos pré-socráticos, dos autores filólogos alemães Diels e Kranz (séc. XIX-XX), são considerados como parte integrante da história da filosofia. Essa diferença de interpretação é justificada pelo modo como o passado é entendido em cada época.
A origem dos sofistas, incluída por Platão, no debate sobre a história da filosofia – personagens que dialogam com Sócrates – usados como contraponto para Platão definir o que é filósofo. Desta feita, opor-se aos sofistas, é assumir uma linha platônica quanto ás questões filosóficas. Não é fácil, talvez impossível, livrar-se de Platão, pois é sua obra a referência da construção ocidental do modo de vida do pensar e desenvolvimento sócio-político-religioso.
No início, o saber arcaico a partir da natureza e do universo, conhecido somente pelos políticos e poetas, é transposto pelo saber dos sofistas, que o traduzem para uma linguagem humana e popular, elevando as questões éticas para o campo político. Trazem o cosmos para questões mais humanas e práticas, onde a ação deve ser precedida do conhecimento das coisas.
Antes dos sofistas, os cidadãos que não detinham o saber cosmológico, não interferiam na vida política. Para isso, necessário então dominar o discurso, único meio de comunicação para relacionar-se politicamente e com outros cidadãos.
“fazem uma reflexão pautada por critérios pragmáticos, delimitados pela eficácia da comunicação, discutindo os critérios do jogo das relações humanas que acontecem na agitada vida na cidade.”
(MARQUES p. 30)
A partir dos sofistas, o homem é colocado no centro das discussões. As relações de como eram conduzidas as coisas é modificada, pois pessoas que ainda não participavam, passam a participar ativamente de questões da sociedade, modo de vida, compreensão