Os Sertões , guerra de Canudos
INTRODUÇÃO
A TERRA (58 páginas) O romance Os Sertões (1902), de Euclides da Cunha, Encarregado de cobrir a Guerra de Canudos (1896-1897), Euclides encontrou nos confrontos entre o Exército brasileiro e um grupo de fanáticos religiosos liderados por Antonio Conselheiro matéria para descrever a geografia e a população do sertão baiano. Vistos como uma ameaça à jovem República brasileira, os seguidores de Conselheiro foram dizimados. "Aquela campanha lembra um refluxo para o passado. E foi, na significação integral da palavra, um crime. Denunciêmo-lo", afirma o escritor na nota preliminar do livro. Dividido em três partes - A Terra, O Homem e A Luta -, o livro concentra diversas influências de seu tempo. Teóricos europeus, declaradamente ou não, alicerçam o autor na definição do sertanejo, depreciado pelo embasamento em correntes deterministas - hoje ultrapassadas. A obra, publicada no limiar do século 20, em 1902, de certa forma teria uma estreita ligação com o Naturalismo que a precede, mas apontava para o Modernismo que adviria duas décadas depois: o estudo do homem brasileiro seria um dos seus objetivos. Nascido na cidade de Cantagalo (RJ) em 1866, Euclides estudou engenharia na Escola Politécnica do Rio de Janeiro, o que lhe forneceu os instrumentos para a análise e o exame feitos no livro. É de um Euclides observador preciso e rigoroso e plenamente hábil na construção de imagens que José Lins do Rego e Graciliano poderão herdar, cada um a sua maneira, as bases de um regionalismo maduro. Até sua morte no Rio de Janeiro, em 1909 - morto em um duelo com o amante da mulher -, Euclides ainda publicou o livro Contrastes e Confrontos (1907). À Margem da História (1909) foi lançado postumamente. É de um Euclides observador preciso e rigoroso e plenamente hábil na construção de imagens que José Lins do Rego e Graciliano poderão herdar, cada um a sua maneira, as bases de um regionalismo maduro.
Um livro em três partes
Na divisão do relato, o esforço