Os Sambaquis
Disciplina: Top. Especiais em Arqueologia II
Professor: Éder Novak
Fichamento dos textos: “Sambaqui: arqueologia do litoral brasileiro” e “Arqueologia da Amazônia”
SAMBAQUI: ARQUEOLOGIA DO LITORAL BRASILEIRO Madu Gaspar
Os sambaquis, palavra originária da mistura dos termos Tupi, tamba (conchas) e ki (amontoado), são constituídos por inúmeras camadas de conchas de moluscos, ossadas de animais, sepulturas humanas, restos de fogueira e, por vezes, adornos e esculturas, misturados à areia. Geralmente, estão localizadas em áreas próximas ao mar e a braços de mar, rios e florestas, áreas estas que poderiam oferecer abundância, variedade e disposição de recursos para as populações, que organizavam diferentes sambaquis distribuídos em uma mesma área.
Os primeiros estudos, iniciados na segunda metade do século XIX, enfocavam as características físicas dos sambaquis e trouxeram à tona discussões sobre a antiguidade da humanidade e a pré-história brasileira. O conceito de 'raça', hoje rejeitado pela academia, resultou em descrições exaustivas da anatomia do chamado "Homem de Sambaqui".
Serviram como ferramenta para estudos sobre a mudança no nível do mar, no início do século XX, quando Ricardo Krone propõe, de maneira pioneira, que a linha da costa não era estável, mas mudava com o passar do tempo. Sua conclusão baseou-se na observação de sambaquis do Vale do Ribeira, mais afastados do litoral atual. Mas foi apenas na década de 1970 que as pesquisas nesta linha avançaram significativamente.
Com o aparecimento das técnicas de datações radio carbônicas introduzidas a partir de 1950, a arqueologia brasileira começa a ser modernizada e as inúmeras camadas dos sambaquis passam a ter sua idade revelada de forma mais precisa, indicando que muitos foram habitados durante períodos que ultrapassam mil anos. Fica claro tratar-se de povos sedentários que tinham íntima relação com a região ao seu redor e não