Povos Sambaquis
Por volta de 10 mil anos atrás, as transformações da natureza foram responsáveis pelo deslocamento das populações que habitavam o continente americano. A elevação dos níveis de temperatura e dos oceanos motivou os homens dessa época a se deslocarem para as regiões litorâneas da América. A presença humana nessas localidades foi comprovada por meio de aglomerados de conchas e restos de peixes com mais de trinta metros de altura.
O nome desse tipo de formação calcária ficou conhecido como sambaqui, termo em tupi que significa “monte de conchas”. A tese mais comum sobre a existência dos sambaquis explica que a sucessão de comunidades litorâneas foi responsável pela acumulação de conchas, ossos de peixes e outros restos de alimento próximos a vestígios de casas e ossadas humanas. Com o passar dos milênios, esse depósitos alcançaram grandes alturas que deram origem a um sambaqui.
A formação dessas comunidades corresponde à transformação dos hábitos alimentares do homem pré-histórico das Américas. Com o passar do tempo, a caça e a coleta perderam espaço para uma dieta marcada pelo sistemático consumo de peixes, crustáceos e outros frutos do mar. Examinando a estrutura interna e os terrenos próximos aos sambaquis, percebemos que suas comunidades desenvolveram o artesanato, a escultura e trabalharam com a pedra polida.
O povo sambaqui tinha algumas características físicas marcantes, e uma delas está nas diferentes alturas dos esqueletos de homens, com uma média de 1,60m , e de mulheres com 1,50m , ambos vivendo de 30 a 35 anos de idade.
O tórax e os membros superiores bem desenvolvidos nos levam a crer que os indivíduos eram bons nadadores e provavelmente remadores de canoas. Essa suposição é apoiada também pelo resto de peixes de especies como a garoupa e miragaia, tipicas de regiões mais profundas e com pedras que, para serem capturadas, exigiriam que o pescador se deslocasse da beira da praia.
Uma outra característica é o desgaste da arcada