Os Quatro Momentos do Belo em Kant
Kant escreveu três críticas dividindo o conhecimento em seus três campos: epistemologia (teoria do conhecimento), ética (teoria do comportamento) e estética (teoria do belo). Para cada um desses campos, ele escreveu uma Crítica (investigação). Assim temos: Crítica da razão pura, tratando das questões do conhecimento, da epistemologia; Crítica da razão prática, tratando das questões éticas; Crítica da faculdade do juízo, tratando das questões estéticas, ou seja, nossos julgamentos acerca do belo e do sublime.
Na Crítica da faculdade do juízo Kant procura estabelecer aspectos específicos da nossa forma de entender e analisar a estética quando comparado a análise de outros tipos como por exemplo da teoria do comportamento (ética). A esse tipo de reflexão, ele chamou de “analítica da beleza” e a dividiu em quatro momentos.
No primeiro momento, Kant afirma que os julgamentos acerca da beleza estão baseados em sentimentos de prazer. Entretanto, é uma forma muito particular de prazer. Trata-se de um “prazer desinteressado”. Isto significa que o sujeito que faz uma análise estética sobre um objeto não tem nenhuma necessidade de possuir ou consumir esse objeto, ou seja, o objeto não desperta desejo no sujeito que o contempla.
Podemos ver também que os juízos baseados no sentimento de beleza se distinguem dos juízos cognitivos, os quais são determinados pelas “sensações objetivas” como a percepção de que as folhas de uma árvore são verdes. Nos juízos cognitivos são associadas propriedades às substâncias. Por exemplo, o verde à folha da árvore. Já quando emito um juízo acerca da beleza da forma de uma folha ou de uma determinada coloração não estou associando propriedades e substâncias. Estou comunicando um sentimento derivado de uma determinada sensação.
O fato dos julgamentos acerca da beleza serem baseados em um sentimento desinteressado os distingue também daqueles julgamentos baseados em interesses ou desejos. Juízos acerca de