Os operários e as máquinas na frança durante a primeira metade do século XIX

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APONTAMENTOS SOBRE O TEXTO “OS OPERÁRIOS E AS MÁQUINAS NA FRANÇA DURANTE A PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XIX”

Michelle Perrot, tão logo inicia o texto já destaca aquilo que será o nicho da discussão: a enorme problemática que remonta a resistência à maquinaria como uma conduta primitiva, em contraponto com estudos mais recentes que indicam a densidade da discussão, muito mais voltada para a defesa da autonomia e modos de vida artesãos. É explicada a função política da divisão do trabalho e da maquinaria, que se constitui mais como um mecanismo de imposição da obediência do que como uma solução técnica, já que a França possuía abundância de mão de obra barata, com isso o recurso às máquinas constituía um investimento caro e que ainda resultava na diminuição da qualidade dos produtos. O projeto mecanizador só é considerado diante da diminuição da mão de obra qualificada, ocasionada pelo êxodo das fábricas para o interior, que fogem dos grandes centros e das reivindicações dos operários urbanos. As máquinas surgem então como alternativa de simplificação do trabalho, emprego de crianças e diminuição dos custos fabris. A maquinização é usada para romper com a liberdade de reivindicação dos operários, que deixam de ser insubstituíveis por seu ofício qualificado e perdem a autonomia que lhes garantia regulação dos salários e controle do ritmo de produção, “a máquina libertou o capital da opressão do trabalho”. A autora frisa que a relação da mulher na luta contra as máquinas é duplamente presente, pois desempenham seu papel de esposa de operário na defesa do “nível de vida da família” e o seu na defesa do trabalho a domicílio, que era particularmente importante a elas na rotina familiar. Os operários, de modo geral, se opuseram às máquinas que modificavam seu local de trabalho, como àquelas que necessitavam de instalações fabris e portanto impunham o regime de aquartelamento, seu ritmo de produção, as que tinham seu ritmo automático de funcionamento, e as que

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