Os mortos devem ser celebrados
Os mortos devem ser celebrados
Março de 2013
Há milhares de anos o homem presta homenagem aos mortos.
Desde os povos mais primitivos, passando pelos egípcios, os antigos gregos e romanos, os japoneses e os chineses, os africanos e os indígenas, pessoas de todos os continentes e das mais variadas tradições religiosas praticavam e ainda praticam o culto aos antepassados. Segundo os antropólogos, essa é uma das características mais antigas e universais da religiosidade humana.
Se você pensa que se trata de algo complexo e misterioso, está muito enganado: trata-se simplesmente de prestar homenagens, fazer orações e, em alguns casos, até fazer oferendas à alma dos nossos familiares que já morreram.
É manter suas lembranças entre nós, procurando honrá-los e, às vezes pedindo-lhes proteção.
Muitas religiões consideram o culto dos antepassados um dever moral. Esse culto pode ser feito de diferentes maneiras e revela uma ideia principal: a imortalidade da alma.
Em civilizações mais antigas como a grega e a romana, fazer parte da família significa cultuar os mesmos antepassados e ter os mesmos “deuses do lar”.
Os gregos acreditavam que os mortos continuassem a viver com as mesmas necessidades de quando estavam vivos. Então era um dever oferecer-lhes uma oferenda em determinadas épocas e fazendo libações (antigos rituais religiosos que derramavam líquidos como vinho leite e óleo sobre o túmulo).
Se os descendentes cumprissem essa obrigação o morto passava a ser uma divindade protetora da família. Em cada casa tinha um alta doméstico onde o chefe da família celebrava o culto. Em cada altar tinha um fogo que permanecia aceso dia e noite, que simboliza o espírito dos antepassados. Entre os romanos esses espíritos eram chamados de lares e manes que protegiam o lar.