Os limites impostos ao conhecimento pelos dogmas presentes na sociedade
Ao tomarmos o conhecimento em sua generalidade, isto é, todas as suas ramificações, e, partindo da ideia inicialmente colocada sobre seu processo de formação, temos a ideia de uma construção formada por inúmeras camadas e varrendo uma grande extensão, abrangendo diversas áreas, e sendo sustentada sempre por avanços passados que ocasionam mais experiências e, consequentemente, outros avanços, formando assim o processo de formação do conhecimento. Para se obter efetivamente a tal “construção” chamada conhecimento, temos que sempre considerar o que já foi especulado, todas as experiências já consideradas, o que temos em mãos no presente e que já podemos começar a avançar para o futuro.
Nesse contexto, tomemos por exemplo a questão do aborto. Atualmente no Brasil, situações em que a mulher sofre violência sexual ou que tem a sua vida em risco, o aborto é permitido. Entretanto, como sabemos, a Igreja é, independente da situação, contra o aborto, defendendo que a vida é suprema, não podendo ser colocada em questão sob nenhuma hipótese. Outro fator importante a ser levantado é: quantas pessoas não têm uma opinião “própria” desfavorável ao aborto apenas pelo fato de seguirem o dogmatismo proposto pela Igreja? Dogmatismo este que parece não se atentar ao fato de que o aborto é a quarta causa de morte no país, segundo estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS), sendo que, no Brasil, 31% das gestações terminam em abortamento e, dos 53,77 óbitos maternos (por 100 mil nascidos) 2,7% são por aborto. Ter ou não um filho atualmente está longe de ser uma decisão a ser tomada seguindo, de forma displicente, uma crença tida