Os hippies
O baby-boom dos pós guerra determina, nos anos 60, a existência, no mundo ocidental, de uma grande quantidade de jovens. Procurando um estilo de vida alternativo ao dos progenitores, que se haviam acomodado aos padrões burgueses, os jovens protagonizaram um poderoso movimento de contestação. Este fez-se sentir de diversas formas.
O mundo conheceu, assim, o principal e mais influente movimento de contracultura: o movimento Hippie, uma revolução nos costumes que nasceu nas cidades de Los Angeles e São Francisco na Califórnia. Estes jovens assumiam-se como protagonistas de um estilo de vida que denunciava os valores materialistas da sociedade capitalista, aos quais contrapunham a ausência de regras sociais e morais, o espiritualismo, o pacifismo e o regresso à natureza, proporcionando uma maior integração cultural e humana. Este fenómeno idealista teve a sua origem nos costumes libertários e nos gostos artísticos da geração beat (boémios e intelectuais americanos da década de 50). Com a palavra "beat", John Lennon, um dos principais porta-vozes do movimento hippie, criou o nome da sua banda - The Beatles.
Abandonando os lares paternos, os jovens levavam uma vida alternativa em comunidades nómadas. Negavam o nacionalismo e a Guerra do Vietnam, bem como todas as guerras e abraçavam aspectos de religiões como o budismo e hinduísmo. O lema "Paz e Amor" sintetiza bem a postura política dos hippies, que constituíram um movimento por direitos civis e igualdade seguindo os moldes da luta de Gandhi e Martin Luther King, embora não tão organizadamente.
Adeptos da liberdade sexual, do amor livre e amantes da paz (“make love, not war”), os hippies evidenciavam total despojamento e despreocupação, visíveis no vestuário leve, colorido e florido, nos cabelos soltos e compridos, nos pés frequentemente descalços, no consumo de drogas que os “libertavam” da Terra e conduziam ao “paraíso”.
Grandiosas confraternizações e festivais de música ao ar livre