Os estabelecidos e os outsiders
Existia uma nítida divisão. Um grupo, formado por uma povoação da classe trabalhadora estabelecida desde longa data considerava-se superior ao outro pelo simples fato de estarem no local há mais tempo. Não existiam diferenças étnicas, nos níveis de desenvolvimento educacional ou econômico. Ambos os grupos não se diferiam quanto a classe social, mas ainda assim, os habitantes antigos negavam-se a ter contato com os que haviam chegado recentemente ao local. Portanto, fica claro que a problemática se dá na necessidade do grupo que já estava há três gerações no local mostrar seu poder e controle projetando uma imagem depreciativa nos outsiders, considerando-os imorais. Os autores discutem a cerca da forma com que o estigma social criado a partir do tempo de moradia irá funcionar no sentido de depreciar a qualidade humana daqueles que são considerados “de fora”. Buscam avaliar a forma como esse estigma pode causar uma mudança da visão de si, onde o estigmatizado assume esse caráter depreciativo. Além disso, existe uma coesão interna no grupo estabelecido, e é a partir dela que buscavam o controle das instituições locais e afirmavam ainda mais a sua superioridade em relação aos outsiders, que não possuíam uma coesão interna organizada. Segundo o autor, o estigma se mantém quando o grupo que estigmatiza está muito bem instaurado nas relações de poder, nos quais o grupo estigmatizado é excluído. Percebe-se um desenvolvimento da coletivização do preconceito, que parte do grupo, e não do indivíduo. Um ponto muito frisado pelos autores é que a coesão do grupo é mantida pela ligação as normas internas do mesmo. Aqueles que aderem a um grupo e suas normas baseados na coerção, terá o comportamento