Pequena visão dos estabelecidos e outsiders
Este texto explora uma das teorias de Norbert Elias, sociólogo alemão muito conhecido por sua obra “O processo civilizatório” (Über den Prozess der Zivilisation), que, originalmente publicado em 1939, foi ignorado até sua republicação em 1969, quando o primeiro volume foi traduzido ao inglês.
Suas obras tiveram como foco a relação entre poder, comportamento, conhecimento e emoção.
Escreveu sobre redes sociais para um tempo e lugar – meados do século XX para a sociedade ocidental – que prezavam a ação individual, insistiu na imposição da estrutura sobre o indivíduo para uma sociedade que não abandonara a presença da ação individual, e ainda em uma época em que as ciências estavam dominadas pelo modelo estrutural-funcionalista, organizado em torno da oposição entre o teórico e o empírico. Sua obra foi relegada a marginalidade e só ganhou espaço entre pesquisadores dos anos setenta.
Outro aspecto bastante incomum foi agregar a suas observações o elemento emocional como parte do encadeamento que torna coeso um grupo social.
A obra em questão, “Os estabelecidos e os outsiders” é a primeira, publicada em 1965 e surgiu de 40 anos de pesquisa em uma pequena cidade inglesa. Suas pesquisas apresentam subsídios que ajudam a entender como se estabelecem as relações de poder entre grupos sociais, embora sejam teorias que distam de muitas que ainda hoje são tidas como sérias por não levarem em conta justamente o fator emocional nos relatos que evidenciam os movimentos de grupos sociais.
Tentando entender os meios utilizados por um grupo para impor uma crença de superioridade para si mesmos e sobre outro grupo, superioridade, segundo o autor, não apenas de poder, mas que são também seres humanos melhores.
Abaixo estão enumerados os elementos apontados como importantes para nossa pesquisa.
Ponto número 1- as relações de poder são estabelecidas para além do econômico. O fator status social não é o predominante para que um