Os escravos como viviam
O transporte de escravos era feito em porões de navios, em condições desumanas, ficavam amontodados em lugares apertados, sem ventilação, escuros, passavam fome, e muitos morriam antes mesmo de chegar ao Brasil, sendo jogados no mar. Os principais locais de desembarque era no Rio de Janeiro, Recife, Bahia, e em São Luís do Maranhão. Os comerciantes vendiam os escravos como mercadorias, os que eram mais saudáveis, novos, e fortes valiam muito mais do que os mais velhos e fracos. O valor dependia muito do sexo e da idade. As mulheres muitas vezes eram colocadas para fazer trabalho doméstico, e serviam também como amas de leite, e muitas vezes eram violentadas e abusadas sexualmente. Muitas engravidavam dos seus senhores, dando origem à população mestiça. O “lote” de escravos valia mais do que as terras do fazendeiro, portanto quando morriam ou fugiam causavam uma grande perda econômica.
Os escravos viviam em senzalas, galpões escuros, sujos e úmidos, e ficavam acorrentados para evitar a fuga. Eram castigados e apanhavam constantemente, na maioria das vezes com açoite (um tipo de chicote), para se sentirem intimidados, e garantir o trabalho e a obediência aos seus senhores.
Trabalhavam de quatorze a dezesseis horas por dia, em péssimas condições, vestiam apenas trapos e se alimentavam de maneira desprezível, no máximo duas vezes por dia. Sofriam não só torturas físicas, mas também psicológicas, pois os senhores destruíam os valores dos negros e tentavam impor a superioridade dos brancos.
Raramente conseguiam fugir, e muitos que conseguiam eram capturados pelos “capitães-do-mato”, profissionais contratados pelos proprietários para recapturá-los. E quando voltavam, eram castigados ainda mais. Mas os que tinham sucesso na fuga, iam para os quilombos, comunidades de negros fugitivos, que viviam em liberdade, e de um modo comunitário. Um local onde podiam voltar às origens, praticar seus rituais religiosos, sua cultura e a falar a própria língua. O