Os eleitos da inovação
Quando o império comunista desmoronou, no começo dos anos 90, alguns países do bloco soviético, especialmente a antiga Alemanha Oriental, apresentavam indicadores sociais equiparáveis aos de países ocidentais avançados. O grande abismo a dividir os dois mundos era o tecnológico, em especial a capacidade de inovação. O lado ocidental estava prestes a entrar em uma fase vibrante que resultaria na popularização do computador pessoal e na universalização da internet. O lado comunista mergulhara na estagnação criativa. A tensão produzida por esses extremos seria uma das razões do colapso do mundo comunista. Desde então, a incapacidade de inovar continua sendo fator determinante para o desmoronamento de impérios – não mais os políticos, mas os empresariais. "A única fonte de lucro, a única razão para investir em uma empresa é sua capacidade de inovar e se diferenciar", resume o americano Jeffrey Immelt, o principal executivo da General Electric (GE), a maior companhia do mundo em valor de mercado (370 bilhões de dólares) e uma das mais criativas.
Immelt afirma na frase acima que a capacidade de inovar é a única razão para investir em uma empresa – não uma das razões, mas a única, repita-se. Essa ênfase não é despropositada. A história econômica recente está crivada de vítimas da incapacidade de criar. Em certos segmentos da economia, como o de tecnologia digital, a produção de riqueza flui diretamente da inovação radical – e não mais simplesmente do aperfeiçoamento de técnicas e produtos já conhecidos. Há muito o termo inovação deixou de significar um estalo de gênio que produz um item campeão. Tornou-se um conceito multidimensional, que inclui gestão, distribuição, marketing, design – e, portanto, saiu do gueto da tecnologia para ser o ingrediente vital para o crescimento dos mais diversos setores econômicos. VEJA oferece aqui uma avaliação da capacidade inovadora do mundo empresarial brasileiro feita por