Os clássicos da política 1
1. NICOLAU MAQUIAVEL:
Maquiavel recomenda aos príncipes que conquistaram regiões de língua, cultura e instituições diversas que lá residam, além de mandar colonizar algumas regiões chaves do principado recém-adquirido. Essa opção se mostra melhor à ocupação com tropas do exército pelo fato destas se mostrarem mais caras ao mesmo tempo em que se aumenta o número de prejudicados, pois as tropas terão que desalojar particulares, tornando a todos esses seus inimigos. Com a colonização, transformaria a todos em fortes aliados, havendo apenas alguns prejudicados que, dispersos e tomados pela pobreza, não representariam nenhuma ameaça ao Estado. Ele defende que a ofensa a um homem seja tão forte que ele não possa esboçar uma reação, pois das ofensas leves eles se vingariam. Quando se conquista um país acostumado a viver sob suas próprias leis, cabe ao príncipe para conservá-lo: destruí-lo, morar nele ou deixá-lo livre, aplicando-lhe um tributo e estabelecendo nele um governo de poucas pessoas para mantê-lo fiel ao conquistador.
Para manterem-se os principados novos, o príncipe encontrará dificuldades menores ou maiores de acordo com a sua virtù. O principado se origina ou pela vontade do povo ou pela vontade dos magnatas. No primeiro caso se dá para que se evite o domínio dele pelos outros. No caso do poder conquistado através dos magnatas, o príncipe sobre para que através de sua figura se faça representar o interesse desses. Quando se chega ao poder com o apoio dos magnatas, é mais difícil se conservar nele, porque o príncipe é cercado de muitos que a ele se julgam iguais e por isso não pode mantê-los sob seu jugo absoluto. Quando, ao contrário, chega o príncipe ao poder por meio do povo (vulgo) não encontra ninguém que não esteja disposto a obedecer-lhe. Contudo, quando chegar ao poder através dos magnatas, deve o príncipe tratar de conquistar a simpatia do povo, de modo que os homens quando não esperam ganhar o bem,