Os ciclos econômicos e a Formação do território brasileiro

É claro que o Brasil não brotou do chão como uma planta. O Solo que o Brasil hoje ocupa já existia, o que não existia era o seu território, a porção do espaço sob domínio, poder, soberania de um Estado organizado. O Brasil nasceu modesto, possuindo apenas 2.800,000 km2, cerca de 35% do território atual. Era a área que cabia a Portugal pela divisão imposta pelo Tratado de Tordesilhas, estabelecido em 1494, dois anos após o descobrimento do continente americano pelos espanhóis, que dividiram o mundo com os portugueses nesse acordo, responsável pelo primeiro formato do Brasil.
• O século XVI: Pau-Brasil e Açúcar: Em 1500, Portugal chega na porção sul do novo continente, chamando-o de Brasil, por causa de uma árvore chamada Pau-Brasil, que fornecia corantes vermelhos para roupas. Essa especiaria foi explorada por muito tempo, ora apoiada pelos nativos, ora contra eles, que já estavam nessas terras. Em 1532, Portugal divide o território em 15 faixas de terras, chamadas de Capitanias Hereditárias, doadas à homens ricos portugueses, que deveriam promover os “4P” nessas terras: Povoar, Produzir, Proteger e Pagar impostos. Sendo assim, no litoral do nordeste, as capitanias desenvolvem a produção do açúcar, principal produto da colônia até então. Muitos africanos são trazidos e feitos escravos nos engenhos, de forma brutal e desumana. A ocupação portuguesa se consolida no litoral. A pecuária é desenvolvida no interior próximo ao litoral, como forma de abastecer os engenhos. Em 1580, por falta de um sucessor ao trono de Portugal, Felipe II, neto do rei da Espanha, único na linha sucessória, assumiu o trono. Essa nova relação, permitiu aos portugueses que viviam na colônia, principalmente no litoral, atravessar os limites impostos pelo Tratado de Tordesilhas sem muitos problemas.
• O século XVII: fim do Açúcar e Descoberta de Ouro: Em 1640, Portugal recupera o trono. As terras a oeste do tratado já estavam ocupados pelos portugueses. O açúcar então começa a entrar em