Os Avatares de Fausto

CHARTIER, Pierre. “Os avatares de Fausto”. Em: O olhar de Orfeu. Pp148-175

Avatar significa manifestação corporal de um ser superpoderoso, na religião Hindu.
O avatar é um ser supremo e imortal. Fausto possuía um pacto com o diabo, por isso ele tinha dificuldades com as autoridades, pois não era bem visto. Há que se lembrar de que o mito teve origem em uma época de transição entre a idade media e a moderna, e muitas coisas, antes inquestionáveis, eram colocadas em prática ou em questão. Aquele que se opusesse às crenças tidas como absolutas era considerado uma pessoa que não temia a Deus; um pactuário com o diabo, o que explicaria o motivo do pacto.
Segundo Kant, filósofo prussiano, e sua visão iluminista, Fausto, por ousar e querer saber mais sobre tudo e buscar o sentido da vida, não poderia ser uma criatura condenada ao inferno. Segundo a filosofia iluminista, Fausto seria dignificado como homem por sua atitude.
Fausto nunca estava satisfeito com os limites do saber. Era possuído por uma sede indestrutível de poder intelectual e pelo desejo intenso de viver. Fausto era um aventureiro itinerante, viajava por todos os lugres da Alemanha, tornando-se assim, conhecido em toda parte. Estudou magia, medicina, astrologia, alquimia e atividades que lhe permitiam trabalhar com horóscopo e fazer profecias. Naquela época, era a nobreza que detinha o poder, então, Fausto queria ir além deles. Assim, tornando-se soberano, torna- se a figura contemporânea de referência para o pecado do orgulho.
Fausto ficou também conhecido pela forma agressiva com que expressava sua postura antirreligiosa, em cujas críticas eram rigorosas e se misturavam à defesa do homossexualismo e do interesse pela magia.
Conclusão: Fausto era um homem além de seu tempo, insatisfeito como cada um de nós...