Os alimentos do afeto
O autor neste texto desenvolve uma observação acerca dos afetos humanos, partindo da observação da origem da afetividade. Neste contexto analisa o possível acaso do encontro, e ao definir o real sentido de encontrar-se responde a questão primordial do texto, nos permitindo observar que “os encontros não acontecem por acaso”.
A primeira parte do texto é dedicada à descrição do que é um encontro, neste trecho da leitura pode-se observar que um encontro não é apenas um acidente, mas sim uma ação precedida de um desejo de ver ou rever alguém. E este desejo tem uma inspiração, uma motivação.
O texto segue uma verificação das motivações que nos leva a “encontrar”. São elas as etapas ou processo de encantamento, que nos liga ao outro, no texto são observadas como “sinais” ou “códigos”, que nos permite reconhecer no outro aquilo que buscávamos e que agora concretiza-se em um toque, em um cheiro, uma vestimenta ou simplesmente em um olhar que nos fala tudo, precedendo o diálogo cujo sucesso depende deste reconhecimento.
Cyrulnik finaliza este capítulo salientando a constatação de que “A sensorialidade do encontro é codificada com rigor” (CYRULNIK, Boris p. 43, 1995). Em uma dinâmica onde nossos sentidos estão diretamente ligados a nossa percepção do mundo em volta, e assim seguimos involuntariamente envolvidos nesta busca pelo encontro.
“O encontro cria um campo sensorial que me descentra e me convida a existir, a sair de dentro de mim para viver antes da morte.” (CYRULNIK, Boris