Os alicerces da submissão moderna
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Os alicerces da submissão O documentário francês põe em questão o modelo escravocrata moderno no qual fomos (seres humanos, de forma geral) embutidos. Submetemo-nos a um tipo de escravidão que, diferentemente da que ocorria na Idade Média, é espontânea, voluntária, e oculta. Espontânea, pois ocorre sem muitas divagações a respeito; voluntária, pois conta com a aceitação do submisso, e oculta, pois, apesar de tudo, é desconhecida. Vivemos em um modelo que é sustentado pela necessidade dos submissos em manterem-se na situação em que vivem. Uma situação regida e imposta pelos mestres que a sociedade acredita eleger; que limita e comercializa o que a sociedade acredita ser a felicidade; que descreve e estereotipa o que a sociedade deve chamar de belo e santifica a imagem do que a sociedade deve acolher como seu deus. Vivemos em um modelo que busca, acima de qualquer coisa, automatizar a felicidade. Automatizar sensações, escolhas, e porque não, desejos. Automatizar através dos alimentos, das roupas, dos eletrônicos, da mídia, e de quaisquer outras coisas que possam vir ainda mais rápido que o instantâneo. Vivemos em um modelo facínora. Facínora devido a sua necessidade insaciável de devorar tudo o que vê; de controlar tudo o que existe; de domesticar tudo o que tem vida, e de se apropriar de tudo o que pertence ao outro. Vivemos em um modelo que nos faz acreditar no deus material, no deus moeda. No deus que tudo compra, tudo controla, tudo define, tudo estereotipa, tudo proporciona. E nesse ritmo, ignóbil e extenuante, vivemos no que chamamos de vida enquanto acreditamos no que chamamos de salvação. Oh, salvação. Vivemos em um modelo que subjuga até mesmo as relações trabalhistas em suas garras subversivas. O trabalhador pelo patrão, o patrão pelo mestre, o mestre pela grana, e a grana por todos. Parafraseando Jota Quest, “Grana suja, grana justa, grana fácil, grana curta, grana pra você comprar ajuda. Grana sexy, grana vídeo, grana moda, grana vício,